O século XIX: O mundo burguês / O casamento/A nova mulher: O contexto histórico dos romances Madame Bovary, Ana Karenina, O Primo Basílio e Dom Casmurro

Maria Celeste de Moura Andrade

Resumo


Este artigo aborda as conexões conhecimento/poder que circunscreveram a sexualidade feminina e as representações do permitido e do não-permitido neste campo, na segunda metade do século XIX. O texto mostra como o privado; entrecruzado com o social, o religioso, o jurídico, o médico e o biológico; leva à criação de discursos teóricos centrados na família. Esses discursos legitimam algumas práticas e excluem outras, num jogo complexo de mútuas influências. O viés usado para a abordagem foi a literatura, importante registro dessa teia de relações, muitas vezes mais verdadeiras que as emanações do vivido. Buscou-se entrecruzar elementos contidos na obra de Flaubert, Tolstoi, Eça de Queirós e Machado de Assis, que retratam o cotidiano amoroso do século XIX, inserido no contexto histórico do capitalismo europeu (França, Portugal e Rússia, com suas especificidades) e periférico (Brasil). A temática do adultério feminino presente nos romances selecionados (Madame Bovary, Ana Karenina, O primo Basílio e D. Casmurro), e a temporalidade histórica de sua publicação, esclarecem a escolha.

Palavras-chave


sexualidade feminina; representações; discurso; adultério; poder

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