DIREITOS HUMANOS E INTERCULTURALIDADE NA ESCOLA: UMA ARTICULAÇÃO NECESSÁRIA

Sandra Afonso de Castro, Fernanda Telles Márques

Resumo


Em um mundo marcado por uma globalização neoliberal hegemônica, em tempos de uma mundialização com pretensões monoculturais, a partir de uma exigência impostergável de combate à cultura da violência, consequência da desigualdade social e de uma escola de visão essencialista das culturas e das identidades culturais que perpetua a colonialidade, eis que desponta um novo paradigma a exigir novo posicionamento dos agentes culturais. Adotando uma visão dialética e contra-hegemônica, tem-se a Educação em Direitos Humanos (EDH)1 e a Educação Intercultural como mediações para a construção de um projeto alternativo de sociedade inclusiva, sustentável e plural. Nessa perspectiva, caminhos de afirmação de uma Educação Intercultural, decolonial têm de ser buscados, com a utilização de novas práticas sociais mais inclusivas, participativas, capazes de favorecer processos de democratização através de articulação e afirmação dos direitos fundamentais de cada pessoa e grupo sociocultural, com o reconhecimento da igualdade (em direitos, em dignidade, em oportunidades), e o direito à diferença, favorecendo-se assim o processo de empoderamento, principalmente orientados aos atores sociais que historicamente tiveram menores possibilidades de influir nas decisões e nos processos coletivos. Uma educação emancipatória, que engendre a autonomia do ser e que promova a interculturalidade, orientada à construção de uma sociedade democrática, plural e humana, é pressuposto para a cultura da paz, porquanto articula políticas de igualdade com políticas de identidade.


Palavras-chave


Decolonialidade; Cultura da Paz; Cultura dos Direitos Humanos; Interculturalidade; Empoderamento

Texto completo: PDF