Escola e gênero: corpos femininos educados

Maria Celeste de Moura Andrade, Ana Maria Faccioli de Camargo

Resumo


O artigo problematiza as relações saber-poder que se inserem nas noções de corporalidade que atravessam os currículos escolares e as representações de educadores e crianças nesse campo. Enfoca como a produção das identidades de gênero e sexuais estão envolvidas em um processo discursivo que fixa os limites e a validade dos corpos. Esse processo não apenas produz narrativas sobre os mesmos, mas os institui, através do “poder disciplinar” e do “biopoder” explicitados por Michel Foucault. O texto, fazendo referências diretas de Foucault e de autoras feministas como Judith Butler, procura  mostrar o horizonte simbólico segundo o qual, uns corpos “importam” mais que outros. Indica como as restrições do poder, indissociáveis de certas categorias discursivas, delimitam e circunscrevem materiais e contornos físicos que marcam um domínio de corpos impensáveis, abjetos, invisíveis. Vislumbra, por esses veios de argumentação, a performatividade dos corpos femininos (de todos aqueles que se sentem mulheres, geneticamente constituídos femininos ou não) que, a partir das relações de poder inseridas na escola, vão assumindo contornos materiais e significações sociais, legitimidade simbólica e formas de inteligibilidade bem específicas.


Palavras-chave


Corporalidade – biopoder – poder disciplinar – identidades – gênero – sexualidade

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